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O sal consumido pelos brasileiros terá menos adição de iodo. A decisão é da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que aprovou a proposta, em consulta pública desde 2011. A resolução da autarquia determina que o teor permitido atualmente de 20mg a 60mg de iodo a cada quilo de sal seja reduzido para a taxa de 15mg a 45 mg/kg do nutriente.
Uma das bases para a alteração da norma é uma pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 2007, que detectou níveis de iodo em mais da metade da população brasileira acima do recomendado pela entidade. A taxa encontrada na urina é acima de 300 microgramas por litro. A média aceita pela OMS é de 130 microgramas por litro.
O excesso do nutriente pode desencadear males como tireodite de hashimoto, que faz a pessoa ganhar peso e ter cansaço crônico. Já a falta de iodo pode causar doenças como bócio (aumento da glândula da tireoide) e hipotireodismo. A recomendação da OMS é que, a cada quilo de sal, sejam adicionados de 20mg a 40mg de iodo.
A nova regra deve ser publicada nesta semana no Diário Oficial da União. A partir de então, as empresas que fabricam sal terão 90 dias para adaptação. De acordo com a gerente-geral de Alimentos da Anvisa, Denise Rezende, enquanto estava em consulta pública, a proposta foi debatida também com representantes das indústrias fornecedoras de sal.
Desde a década de 1950, o iodo é adicionado ao sal. Nos anos 1990, a Organização Mundial de Saúde recomendou aos países que sempre fizessem a adição do nutriente para minimizar a incidência de doenças causadas pela deficiência do mesmo.
POLÊMICA
A decisão da Anvisa divide especialistas. A diretora do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Laura Ward, discorda da proposta. Para ela, assim como o excesso pode trazer problemas à saúde, a falta também pode gerar malefícios. “Existem evidências de que estamos consumindo um excesso de sal, e, com ele, de iodo, e isso poderia estar associado ao aumento de doenças autoimunes e até mesmo ao aumento do câncer da tireoide de um tipo chamado papilífero. No entanto, o aumento do iodo também está associado à diminuição da incidência do câncer de tireoide mais agressivo”, explica.
Na opinião de Ward, os níveis elevados de iodo na população brasileira são decorrentes do excesso de sal consumido. “Crianças e adolescentes, principalmente, são vítimas de salgadinhos, embutidos, enlatados e toda a sorte de alimentos processados que contêm imensas quantidades de sal. A Anvisa devia se preocupar em diminuir a quantidade de sal e não em diminuir a quantidade de iodo no sal”, recomenda Laura Ward.
Professora de nutrição da Universidade de Brasília (UnB), Muriel Gubert também acha que a principal causa do excesso de iodo na população brasileira é o intenso consumo de sal, mas concorda com a proposta da agência reguladora. Segundo ela, a diminuição exigida pela Anvisa não deve ser maléfica à saúde da população. “A redução não causará malefícios, uma vez que, mesmo se a pessoa fizer a ingestão de sal dentro do recomendado, estarão ainda sendo supridas todas as necessidades de iodo, sem risco nenhum de desenvolvimento das doenças relacionadas ao déficit dele”, argumenta.
Segundo a OMS, em 2007, o Brasil era o terceiro país da América Latina com maior consumo de sal. Pesquisa de Orçamentos Domiciliares do Ministério da Saúde, de 2003, apontou que o brasileiro possui, em média, o consumo domiciliar diário de sal de 9,6g. De acordo com Muriel Gubert, o ideal seria o incentivo à diminuição do consumo de sal, entretanto, ela admite que isso exigiria uma grande modificação no padrão de consumo, o que demandaria muito tempo. “Neste momento, a redução de iodo parece ser a estratégia mais adequada para evitar os problemas de excesso do e iodo na população brasileira”, diz.
Fonte: Correio Braziliense
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