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Pesquisadores de 23 instituições brasileiras, entre universidades e hospitais, se uniram em torno do maior estudo já realizado para investigar a saúde de jovens brasileiros. A pesquisa vai avaliar como os hábitos alimentares e estilo de vida podem torná-los mais suscetíveis a problemas cardiovasculares, obesidade e diabete.
O Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Erica), encomendado pelo Ministério da Saúde, vai analisar as condições de saúde de 75 mil jovens, em 134 cidades.
O projeto-piloto – no Rio, Campinas, Botucatu, Feira de Santana (BA) e Cuiabá (MS) – começou na semana passada. Em cada escola visitada, alunos de três turmas do7.º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio passarão por uma bateria de exames: medição da circunferência da cintura, peso, estatura, pressão arterial e exame de sangue para avaliar glicose e colesterol.
Em um palmtop, os adolescentes respondem ainda a questionário confidencial sobre os hábitos alimentares.
Os pesquisadores querem saber, por exemplo, se os jovens fazem as refeições com os pais, assistindo à tevê, em frente ao computador, quantas refeições fazem por dia.”Há evidências de que esses hábitos influenciam na saúde”, afirma coordenadora executiva do projeto, Kátia Vergetti Block, ligada ao Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Os pesquisadores querem analisar a frequência com que os adolescentes têm enfrentado problemas relacionados ao risco cardiovascular – obesidade, tabagismo, diabete, hipertensão. Esses dados vão balizar as políticas públicas de saúde e de ensino.
“Acreditamos que poderemos influenciar mais fortemente na questão da prática esportiva, com atividades na escola. Entre outros dados, vamos saber quanto tempo esse estudante passa em frente à tela – seja a da tevê, do computador, do videogame. Esse é um dos parâmetros para o sedentarismo.”
O projeto prevê o envolvimento de 1.250 escolas, entre públicas e privadas. Os pesquisadores, porém, têm enfrentado dificuldade em acertar a participação das escolas particulares. “Essas instituições têm se mostrado mais reticentes em permitir que os alunos façam exames de sangue”, diz Kátia. Ela explica que o teste é necessário porque pode apontar glicose e triglicerídio elevados e HDL (o bom colesterol) baixo. Esses parâmetros, ao lado da pressão arterial elevada e da obesidade central, indicam a síndrome metabólica – aumento do risco de doença cardiovascular.
Até o fim do ano, os pesquisadores terão percorrido as escolas do Sudeste e Centro-Oeste. Em 2013, visitarão as escolas do Sul, Norte e Nordeste.
Os resultados devem ser conhecidos em 2014.
Público-alvo
1.250 é o número de escolas que serão visitadas para a pesquisa
134 é a quantidade de municípios onde os jovens terão seus hábitos alimentares analisados
Fonte: Estado de S. Paulo
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