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Segundo pesquisa, os pais culpam publicidade por maus hábitos alimentares

  • 30 de maio de 2011
  • crn1

Quase 80% dos pais de crianças de até 11 anos acreditam que a publicidade de fast food e outros alimentos não saudáveis prejudicam os hábitos alimentares de seus filhos. Os resultados são de uma pesquisa do Instituto Datafolha feita com 596 pessoas de todo o país. Os entrevistados também afirmam que esse tipo de propaganda dificulta os esforços para ensinar os filhos a ter uma alimentação saudável (76%) e leva as crianças a insistir com os pais para que estes comprem os produtos anunciados (78%).
O levantamento foi encomendado pelo Instituto Alana, ONG que luta pela regulamentação da publicidade dirigida à criança. Isabela Henriques, coordenadora do projeto Criança e Consumo, explica que foram considerados como alimentos não saudáveis aqueles com alto teor de gordura, sódio ou açúcar. “Estamos vivendo uma epidemia de obesidade e existe um esforço da sociedade para ensinar as crianças a se alimentar melhor”, afirma Isabela. Mas a indústria de alimentos, diz ela, está na contramão, ao estimular as crianças a consumir produtos ricos em calorias e pobres em nutrientes.

Regulamentação — A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) discute desde 2006 a regulamentação da publicidade de alimentos não saudáveis. No ano passado, a agência publicou uma resolução determinando que esse tipo de propaganda fosse acompanhado de alertas para possíveis riscos à saúde, no caso de consumo excessivo. Essa regra foi suspensa graças a uma liminar concedida pela Justiça Federal a favor da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia).
O presidente da Abia, Edmundo Klotz, afirma que discutir a publicidade de alimentos é uma “coisa do passado”. A indústria, diz ele, está trabalhando para deixar seus produtos mais saudáveis em vez de discutir teorias. “Praticamente eliminamos a gordura trans. Agora estamos reduzindo o teor de sódio. Até 2020, devemos atingir um ideal de alimentos saudáveis”, diz.

Fontes: Revista Veja e Agência Estado

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