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Uma audiência pública, realizada na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal, discutiu, nesta quinta-feira (22), o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Os dados mais recentes do Programa apontaram que 28% das amostras analisadas estavam insatisfatórias. As principais irregularidades verificadas foram: presença de agrotóxicos não autorizados para a cultura analisada ou teores de resíduos de agrotóxicos em níveis acima dos autorizados.
Durante a audiência, o gerente geral de toxicologia da Anvisa, Luiz Cláudio Meirelles, ressaltou que o Para tem se firmado com uma ferramenta importante para auxiliar os gestores de saúde na tomada de decisões relacionadas a agrotóxicos. “O programa trabalha para que a qualidade dos produtos que chegam à mesa dos brasileiros seja a melhor possível. A presença de resíduos de agrotóxicos pode representar um risco”, afirmou Meirelles.
No mesmo sentido, a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, Karen Friedrick, demonstrou preocupação com o impacto dos agrotóxicos na saúde da população. “Tão perigoso quanto os casos de intoxicação aguda são os efeitos crônicos, que aparecem a longo prazo, após ingerirmos pequenas doses, presentes em alimentos e na água que bebemos”, expôs Karen.
De acordo com o representante da Confederação Nacional de Agricultura, Alécio Maróstica, é preciso que os alimentos “saiam das propriedades com responsabilidade técnica e cheguem às gôndolas com responsabilidade técnica”. Em discurso, Maróstica fez relação entre os problemas de contaminação por agrotóxicos e a origem do receituário agronômico. Além disso, defendeu a responsabilidade dos agrônomos na produção de alimentos.
Já para o representante da Campanha Permanente Contra o Agrotóxico, Cleber Folgado, o uso de agrotóxicos tornou-se um assunto de saúde pública. “A partir do momento em que o Brasil se firmou como o maior mercado mundial de agrotóxicos, em 2008, a questão dos agrotóxicos deixou de ser só uma questão de agricultura e se tornou um problema de saúde pública, ainda mais com a ligação dos resíduos com surgimento do câncer”, explicou Folgado.
Fonte: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
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