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Uma série de artigos publicados na terça-feira (18) por mais de 40 cientistas, liderados por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), acendeu um alerta sobre o avanço dos alimentos ultraprocessados na dieta dos brasileiros. O consumo mais que dobrou desde os anos 1980, passando de 10% para 23%. Os estudos, divulgados na revista The Lancet, mostram que o fenômeno não é exclusivo do Brasil. Dados de 93 países revelam que a presença de ultraprocessados aumentou globalmente — com exceção do Reino Unido, onde se manteve estável em 50%.
“O consumo crescente de alimentos ultraprocessados está reestruturando as dietas no mundo inteiro, substituindo alimentos in natura e minimamente processados”, alerta Carlos Monteiro, pesquisador do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens/USP).
Em 30 anos, o consumo triplicou na Espanha e na Coreia do Sul, alcançando cerca de 32%. Na China, a participação desses produtos nas compras familiares passou de 3,5% para 10,4%.
A pesquisa destaca que os ultraprocessados começaram a se popularizar no pós-Segunda Guerra Mundial, mas sua expansão global se intensificou com a globalização a partir da década de 1980. Esse cenário tem relação direta com o avanço da obesidade, do diabetes tipo 2 e do câncer colorretal.
Para acessar o estudo publicado na revista The Lancet, clique aqui.
O termo “ultraprocessados” ganhou espaço após a criação da classificação NOVA, desenvolvida por pesquisadores brasileiros em 2009. Ela categoriza os alimentos conforme o grau de processamento industrial:
* Grupo 1 – Alimentos in natura ou minimamente processados
Mantêm sua estrutura original e passam apenas por processos como congelamento, fracionamento ou embalagem.
Exemplos: frutas, legumes, carnes, peixes, grãos.
* Grupo 2 – Ingredientes culinários processados
Derivados de alimentos in natura, usados no preparo de refeições.
Exemplos: açúcar, óleo, sal.
* Grupo 3 – Alimentos processados
Produzidos a partir da combinação dos grupos 1 e 2, por métodos semelhantes aos caseiros.
Exemplos: enlatados, pães, queijos, sucos 100% fruta.
* Grupo 4 – Alimentos ultraprocessados
Produtos industriais feitos a partir de ingredientes baratos e formulações químicas. São duráveis, prontos para consumo e altamente palatáveis.
Exemplos: biscoitos recheados, refrigerantes, macarrão instantâneo, iogurtes saborizados.
Publicado inicialmente em 2006, o Guia Alimentar para a População Brasileira trouxe as primeiras diretrizes oficiais sobre alimentação saudável no país. Com as mudanças sociais que impactaram a saúde e a nutrição dos brasileiros, novas recomendações foram posteriormente atualizadas. Baseado nos direitos à saúde e à alimentação adequada, o guia orienta práticas alimentares saudáveis e serve como instrumento fundamental para ações de educação alimentar e nutricional dentro e fora do SUS. Diante dos desafios contemporâneos e das transformações nos sistemas alimentares, o Ministério da Saúde reforça, por meio do guia, seu compromisso com estratégias que garantam o direito humano à alimentação adequada.
Os pesquisadores defendem a adoção de políticas que reduzam o consumo de ultraprocessados e responsabilizem grandes empresas pela promoção de dietas prejudiciais. Uma das medidas essenciais é a proibição desses produtos em instituições públicas, como escolas e hospitais. O Brasil é citado como referência por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que vem restringindo progressivamente a oferta desses alimentos.
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